domingo, 13 de setembro de 2009

O Boi Barnabé, a Vaca Balbina e a Vitela Serafina

O Boi Barnabé, a Vaca Balbina e a Vitela Serafina





O Boi Barnabé, a Vaca Balbina
E a Vitela Serafina,
Todos três bem aperaltados,
Foram passear pelos prados…


A Vaca Balbina,
Toda ela muito fina:
Numa pata ia a carteira,
Na outra uma pulseira,
Na cabeça uma “capeline”
De rendas e “mousseline”.
(De palha não…
Podia ser uma tentação…)
A saia era rodada
P´ra esconder a “rabalhada”,
O casaco bem ajustado
Com pregadeira ao lado.
Sapatos?... Que aflição!
Ai… que a vaca cai no chão!...
De salto alto e bem fino,
Troca o passo, anda com tino…

O Boi Barnabé,
Quem julgam que é?
Um bicho grandalhão
Negro como um tição,
De fato e gravata,
Bengala de prata.
De relógio ao peito
P´ra meter respeito.
Na cabeça uma cartola,
Bem agarrada, com cola,
Porque os cornos não cabiam
Ora entravam, ora saíam,
E o pobre do coitado,
Ficava envergonhado…
… Agora, para cumprimentar,
Só tem que a cabeça curvar!



A Vitela Serafina…
Que linda menina!
Que bela garota,
Vestida de minhota!
Arrecadas e cordões,
Ouro aos montões!
Blusa branca com bordado,
Colete justo, apertado,
Saia, avental e algibeira,
Lenço na cabeça, à maneira,
Meia rendada, chinela no pé,
Olarilolé!
Não se esqueçam que é vitela
Esta bonita donzela!...
Estou divertida a escrever…
Riam comigo a valer!...

Chegados ao fim do dia,
Cansados de tanta folia,
O boi, a vaca e a vitela
Despiram a farpela
Recolheram ao curral
E disseram:
“Aqui, nem se está nada mal…
Cada um é como cada qual!...”


Para os meus netos, sobrinhos-netos e primos-netos, mais pequenos, todos Côrte-Reais, descendentes da Avó Maria da Assunção e do Avô José, no dia do almoço de família organizado pelas primas Zezinha, Migucha e Assunção, na casa da Migucha e do António Carlos

Paredes de Viadores, 19 de Setembro de 2009

Avóinha Sãozinha


P. S. A “toilette” da Vitela Serafina é em homenagem aos sobrinhos- -netos do Norte.