Poemas para os meus netos
sábado, 6 de abril de 2013
Uma Aventura da Páscoa - caça aos Ovos da Páscoa
Uma Aventura de
Páscoa
A Caça aos Ovos de
Páscoa
Vasco, Pedro, Beatriz, João e Constança,
- estes eram os netos da Avóinha que vos vai contar uma história divertida, que
se passou nas férias da Páscoa dum ano não muito longe e num local bem
conhecido da Avóinha e dos 5 netos).
Acabou o trimestre escolar, vêm as férias da Páscoa, e os netos estão
“elétricos” com a ida para a quinta! O Vasco e o João que vêm também duma
quinta nos arrabaldes duma grande cidade, fizeram as malas e não se esqueceram
das galochas, uma pilha, uma corda bastante comprida e forte. O Pedro que é da
cidade não se esqueceu do GPS, um livro de apontamentos e um lápis. As meninas
que vêm da Bélgica esqueceram-se de tudo exceto duma bela caixa de chocolates,
bem cheiinha, com duas camadas.
Naquela manhã, logo bem cedinho, e depois de passarem uma noite em
branco a planearem a aventura que iam viver, saíram, bem á socapa, passando
pelo frigorífico para se abastecerem. E ainda passaram pela coelheira para levar
um saco bem cheio de coelhos. Com uns euros que levaram foram a venda comprar
umas bolachas e dois litros de leite. A vendedeira desconfiou daquela compra
feita tão cedo, mas eles disfarçaram dizendo que vinham de mando da Avó.
Na povoação pararam para chamarem
o Manuel, o neto da cabeleira, que era também um aventureiro e que se entendia
muito bem com eles.
Depois seguiram a rota combinada. Uns quilómetros, muito poucos, pela
estrada, pois podiam ser encontrados… e depois por matas, olivais, searas,
pastagens para ovelhas. Andaram muito para se aproximarem da serra da Malcata,
sítio onde eles sabiam que podiam encontrar linces. Ao pé de uma bela lagoa
pararam para almoçar. Que belo almoço: tinham encontrado no frigorífico bolos
de arroz da Avóinha, fiambre e laranjas que apanharam pelo caminho, e claro os
belos chocolates das meninas!
Já estavam preparados para a função seguinte: alimentar os poucos
linces que ainda viviam na serra da Malcata. Ouviram dizer que há muitos muitos anos viviam por ali várias famílias, todos
se davam bem; não lhes faltava comida, nem abrigo, nem eram perseguidos. Entre
todos aqueles linces havia um que era o encanto das fêmeas. Além de ser
esbelto, ágil e bem musculado era também meigo, compreensivo e educado. Foi
esse que conseguiu sobreviver acompanhado duma fêmea e os poucos que restavam
agora, eram filhos, netos e bisnetos desses linces.
Queriam tanto salvar esses linces. Era
uma aventura difícil mas cheia de bons propósitos, assim eles se entusiasmavam
uns aos outros. Primeiro era preciso encontrar os locais onde eles paravam. O
Manuel alvitrou que se podiam encontrar a beira da água onde eles vinham beber
e nos eucaliptais e pinhais porque eram felinos e gostavam de trepar às árvores.
O Pedro ia anotando no caderno todos os locais escolhidos.
Era tão pesado o saco dos coelhos,
revezavam-se e lá o iam aguentando a pouco e pouco. Já cansados e com algum
medo porque os linces são carnívoros (alimentam-se de coelhos) e podiam dar uma
dentada naqueles meninos tenrinhos. Tão entusiasmados os amigos nem se
lembraram que era quase noite e que ninguém sabia deles em casa. O Vasco que
andava a deambular por ali viu uns olhos muito brilhantes, era um lincezito que
andava também à procura de uma aventura tal como eles, chamou os outros amigos,
aproximaram-se e o lince assustado correu estonteado e caiu num buraco profundo
com vários ramos de árvores a atulhá-lo. Os três rapazes resolveram lá ir para
o salvar, foi preciosa a corda que levavam e a pilha para os alumiar. O Manuel
e as meninas ficaram cá em cima e como ele era muito forte segurou bem a corda
com as meninas a ajudarem. Lá subiram com o lincezito tão assustado, depois de
o consolar com um belo coelho bem gordinho e se deliciar com os chocolates das
meninas, passou-lhe logo o medo e nem se fala, matou a fome e ficou muito bem
disposto. Era lindo e simpático o lincezito, bem se via que era descendente
daquele avô esbelto e ágil, bem musculado, e também meigo, compreensivo e
educado. Brincaram, brincaram, esquecidos das horas e depois o lincezito, que
agora já tinha nome, era o Felino feliz,
foi-lhes ensinar onde deixarem os coelhos para serem comidos pelos outros
linces.
Entretanto, em casa, os Avós e os Pais
dos meninos estavam assustadíssimos. Bem lhes telefonavam mas os telemóveis
estavam em zona sem rede e não respondiam. Apareceu a cabeleireira também
assustada, era a última a ter novas do grupo, iam todos muito bem dispostos e
dirigiram-se para os lados de Penamacor. Resolveram fazer uma batida com os
automóveis à procura deles, mas o único carro preparado para maus terrenos era
o jipe, e os outros lá iam como podiam.
Alturas tantas, o jipe lá se encontrou
com meia dúzia de meninos que iam muito apreensivos pela estrada fora, com o
Pedro a tentar localizá-los com o GPS. Foi um alívio. O Avô que ia ao volante
fez uma festa e logo telefonou para os Pais para lhes dar a boa nova. Foi tal a
alegria que ninguém se lembrou de ralhar aos meninos pela peripécia!...
No dia seguinte era dia de Páscoa. Os
meninos foram com os Avós levar de presente ao Felino Feliz todos os ovos que
tinham arranjado para essa Páscoa. Ele tinha gostado tanto de chocolate!...
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
A matemática...será uma maçada? E não serve para nada
A MATEMÁTICA... SERÁ UMA MAÇADA?...
E NÃO SERVE PARA NADA?...
Estou aqui a pensar...
Porqu´ é que os meninos,
Da Matemática, Não hão-de gostar?...
É assim tão feia?
Parece uma baleia,
A correr e a saltar,
Numa colmeia,
De pernas para o ar?
Antes de ir pr´a escola
Aprendi a contar, Que confusão na minha tola!
Não sabia continuar...
Os números, em sentido.
Ordenados, a marchar...
Era bem mais divertido
Se contássemos ao calhar!
Na escola,
Tive de aprenderA fazer contas,
Ler e escrever.
Algarismos desajeitados!...
Seriam mais engraçados,
Se o um fosse um gato,
O dois um sapato,
O três um tambor
E o quatro uma flor!
Às vezes, sem querer
E sem ninguém ver,Saíam-me virados,
De pernas para o ar,
Ou a recuar...
Para tudo ficar bem,
O melhor era…
Virar a folha também!
E a tabuada?
Grande maçada?Aquela lengalenga
Tinha piada,
Se fosse a cantar...
Sempre a repetir...
Somar e subtrair...
Multiplicar e dividir...
E eu a pensar...
Para que serve isto?Para que hei-de aqui andar?
A desenhar números,
A contar,
A fazer operações
E a dizer para os meus botões:
A matemática é uma maçada,
Não serve para nada!...
O tempo passou...
Números, operações,Trabalhos e ilusões,
Tudo em mim ficou.
E agora é contar
Sem nunca errar!
Resolver problemas
Sem me ralar!
E a baleia
Dentro da colmeia?Será razoável?
Ou impensável?
É um problema a resolver:
Quanto pesa a baleia?
As medidas da colmeia?
As abelhas que vão fazer?
O desafio é divertido!
Problemas?... Contem comigo,Vamos lá trabalhar:
Reunir informação, deduzir,
Pensar, conjecturar,
Experimentar e concluir!
E que grande conclusão:
Ou a baleia é um balão,Ou a colmeia um casarão!
Para as abelhas defender,
Alguns calculos vou fazer,
E por fim converter
O balão num balãozinho...
E o casarão num ninho...
E agora?... Volto a dizer:
A matemática é uma maçadaQue não serve para nada?
Com ela sei pensar,
Só ela me pode ajudar!
Tudo ia ao fundo
Se não fosse a matemática,
No mundo.
E o pobre do homem
Sem raciocinar…
Não passava de um macaco
Sem asas para voar!...
Para
a minha neta Madalena que gosta muito de Matemática
Serra
da Amoreira, 28 de Janeiro de 2009
Da
Avóinha Sãozinha
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
A TUA HISTÓRIA
Não sei como começar...
Vou puxar pela cabeça,
Até que ela apareça!
Um. dois, três,...
Puxo, puxo... e outra vez...
E a história lá vem!
É tua e minha
E de mais ninguém.
Tu podes escolher:
Animais?
Burros ou pardais?
Pessoas?
Grandes? Pequenas? Más ou boas?
Flores?
Com muitas cores?
Não? Não queres nada assim?
Queres é a história de um pinguim!
........................................................
Chama-se Joaquim.
Vive no Norte, nas terras frias,
Com o pai, a mãe e as tias.
Quando o frio aperta
E o vento vem,
Dorme, escondido,
Na asa da mãe!
Come o peixe
Que o pai pescou,
Mas o frio aumenta
E a água gelou...
Para pescar
E o pai do Joaquim
Tem de emigrar...
Ficam, a mãe e as tias,
Cada uma com suas crias.
Vão comendo os restos
Que o pai deixou.
E o Joaquim, sem perceber,
Pergunta à mãe:
Que vai acontecer,
Se a comida acabar
E o pai não voltar?
Reunem-se a mãe e as tias,
Para deliberar,
E resolvem andar...
Noite e dia...
Caminhar... caminhar...
Na direcção do sul,
Sem nunca parar...
Para os pais encontrar...
E lá vai o Joaquim,
O nosso pinguim,
Aos tombos, mal sabe andar,
Entre as patas da mãe,
A rebolar e a chorar...
Mas sempre a caminhar...
Até o pai encontrar!
Encontram-se por fim...
Viva! Viva Joaquim!
Os pais vêm cansados,
Cheios de peixe, derreados,
Mas tão entusiasmados!
Começa logo o festim!
Viva! Viva Joaquim!
Comem até fartar,
Volta a força, a energia,
Brincar e dançar,
É uma alegria!...
E depois... Descansar...
O tempo passou...
O Joaquim mudou:
Tão apessoado!
Camisa branca,
Casaca preta,
Bem penteado.
Diz adeus ao pai e à mãe.
E com a sua “pingúinha”,
Lá vai também,
Repetir o fado...
De novo recomeçado!
Serra da Amoreira, 29 de outubro de 2008
Para a minha
neta, Maria da Assunção,
no dia dos
seus treze anos
Da Avóinha Sãozinha
PARA O ANTÓNIO
Era uma vez um menino
Que não sabia contar...
Grande e bela cabecinha,
Tinha tanto que pensar...
Era vê-la a rodopiar...
Um, dois, cinco, sete,
Treze, vinte, trinta e
sete...
Que coisa desengraçada!
Não tem vida, nem tem nada...
P’ra que me hei-de eu
ralar?...
Vestiram-se os números de
gente,
Pensou-se uma história
bonita,
Ficou o menino tão
contente...
Que à noite, nesse dia
Já todos os números sabia!
O “pequeno da Avóinha”
Com as graças que Deus lhe
deu,
Por este mundo a cirandar...
Amou, viveu e sofreu,
A todos procurou ajudar...
Fez-se homem. Pensa bem,
Mas a criança que era
Continua a ser também,
A árvore vem da semente,
O Filho é sempre da Mãe!...
Serra
da Amoreira, Outubro de 2007
Um beijo
muito grande da
Avóinha Sãozinha
Amor é…
Amor dos avós pelos netos é, quando
os netos vêm cá a casa e estão todo o tempo a ver televisão e a jogar com a Play
Station, mesmo assim os Avós ficam cheios de saudades quando eles vão embora e com imensa
pena de não estarem mais tempo com eles.
Amor dos netos pela Avó é:
Ler para a avó, mesmo
com tom castiço, quando a Avó está em baixo…
Quando a Avó está doente,passar
noites ao pé da Avó
sem dormir, para lhe dar apoio…
Emprestar a Avó o seu tesouro de ouvir música, e ficar sem ele
muito tempo
só para a Avó se deliciar…sem dormir, para lhe dar apoio…
Emprestar a Avó o seu tesouro de ouvir música, e ficar sem ele
Ensinar a Avó a usar o computador…
Estar muito quietinho ao pé da Avó e
dar-lhe um abraço…
Escrever coisas no e-mail que envaidecem a
Avó…
Escrever que a avó é muito melhor que o computador…
Dizer adeus e Tchau quando não sabe ainda
falar…
Etc. …, etc. …
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