A papoila!...
Que moçoila tão bonita!
Saia rodada
Bem encarnada,
Cabeça preta, azulada!
Tantas no campo,
Tantas, sem fim...
Quem me dera ser papoila?
Não, não, pobre de mim...
Sempre agarrada ao chão,
A tremelicar,
Sem chegar às amigas,
Sem poder falar, cantar cantigas,
Sem beijar, sem amar,
Sem rir nem chorar.
Ao sentir a tempestade
Não se poder libertar,
Não saber o que é querer
Defender a liberdade...
A papoila nasce, cresce,
Transforma-se, dá semente,
Cai na terra e floresce,
Surge nova papoilinha
Sem a Mãe a conhecer...
Nem a ver crescer...
Pobre papoila!
Para as minhas netas mais velhas: Inês e Margarida
Serra da Amoreira, Maio de 2007
Da Avóinha Sãozinha
Sem comentários:
Enviar um comentário