Gosto de olhar para as nuvens...
Gosto de olhar para o céu!
Ver formas tão bonitas,
Tão elegantes, tão catitas,
E tudo o que vejo é meu!
Pensas que os meus sonhos...
São feitos de terra, cimento e cal,
De fitas bonitas ou bijuteria,
De papel de lustro ou cristal?
Nem pensar... isso era uma fantasia...
Os meus sonhos são de nuvens.
Lá no ar...
Tudo serve para eu sonhar!...
Vejo castelos medievais
Com vigias, torres e arraiais,
Cavalos a saltar,
Meninas a dançar,
Damas e cavaleiros
Com seus aios e escudeiros!
Também, ao longe, vejo jardins,
Flores, tantas, de encantar:
Rosas, dálias, jasmins...
E tudo, sempre a sonhar...
Sonho às vezes com animais
Que vejo nas nuvens,
Em dia de vendavais,
Ursos de peluche e ursos a valer,
Uns parados, outros a correr...
Nas nuvens grandes, elefantes
De tromba no ar... tão elegantes!
E nas nuvens mais fraquinhas,
Borboletas e andorinhas...
Quando o Sol se está a pôr
E as nuvens cheias de cor,
Vejo as pessoas queridas,
As que morreram, as que têm vida,
As que estão longe, as que estão perto,
Os meus filhos, os meus netos,
O meu pai, a minha mãe,
Os amigos... e tu também!...
Serra da Amoreira, 8 de Setembro de 2008
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
A Rã e a Maçã
Diz a rã para a maçâ:
Gosto de ti, tu és sã,
Podias ser minha irmã!
Responde a maçã, matreira:
Tu vives na ribeira...
Eu, moro na macieira!
Tu andas a saltar...
Eu, cá em cima a vigiar!
Tu coaxas noite e dia...
Que dor de cabeça!... Que arrelia!...
Que queres tu mais?
Somos mesmo desiguais...
Volta a rã a coaxar:
As duas podíamos bailar...
Comer e beber... rir e chorar...
E a maçã, toda doutoral:
Tu és um animal...
E eu? Sou um vegetal!
Eu nasci duma flor!
E tu? Dum girino... que horror!
Quando esta conversa decorria,
Veio uma grande ventania...
O vento cheio de força soprou,
Por entre as árvores rodopiou,
E até a ribeira encrespou!
A rã toda encolhida,
Entre as pedras escondida.
Conseguiu escapar
Para nos poder contar:
A desdita da maçã:
O vento a empurrou,
Para o chão a atirou,
E ela por ali ficou,
A envelhecer...
Até apodrecer...
E a rã chorou.
Não era vingativa.
Teve pena da maçã:
Coitada, tão emproada!
Não lhe valeu de nada!
Serra da Anmoreira, 16 de Julho de 2008
Para a minhas netas, que não são vaidosas,
como a maçã da história
Da Avóinha Sãozinha
Gosto de ti, tu és sã,
Podias ser minha irmã!
Responde a maçã, matreira:
Tu vives na ribeira...
Eu, moro na macieira!
Tu andas a saltar...
Eu, cá em cima a vigiar!
Tu coaxas noite e dia...
Que dor de cabeça!... Que arrelia!...
Que queres tu mais?
Somos mesmo desiguais...
Volta a rã a coaxar:
As duas podíamos bailar...
Comer e beber... rir e chorar...
E a maçã, toda doutoral:
Tu és um animal...
E eu? Sou um vegetal!
Eu nasci duma flor!
E tu? Dum girino... que horror!
Quando esta conversa decorria,
Veio uma grande ventania...
O vento cheio de força soprou,
Por entre as árvores rodopiou,
E até a ribeira encrespou!
A rã toda encolhida,
Entre as pedras escondida.
Conseguiu escapar
Para nos poder contar:
A desdita da maçã:
O vento a empurrou,
Para o chão a atirou,
E ela por ali ficou,
A envelhecer...
Até apodrecer...
E a rã chorou.
Não era vingativa.
Teve pena da maçã:
Coitada, tão emproada!
Não lhe valeu de nada!
Serra da Anmoreira, 16 de Julho de 2008
Para a minhas netas, que não são vaidosas,
como a maçã da história
Da Avóinha Sãozinha
Voo da Sofia
Era uma vez uma menina chamada Sofia,
Um dia a menina foi a casa da Tia…
A Tia, chamada Maria, vivia num pombal,
E a Sofia dizia: “Tia, aqui não se está nada mal!”
Quem era, então, a Tia da Sofia? Era uma pombinha,
Que dizia à Sofia, a pipilar: “Minha tontinha,
És uma menina, não tens asas, não sabes voar…
Eu te juro que algum dia te hei- de ensinar…
E a Sofia, que não acreditava, fugia e ria, ria e fugia…
E a Tia, entusiasmada, teimava, teimava… todo o dia!
E a Sofia, sempre a correr, sem os pés do chão tirar,
Dizia: Eu não sei voar… não sei voar… não sei voar…
Certo dia, em casa da Tia, teve fome a Sofia.
Como se alimentar, a menina que não sabia voar?
Comeu sementes: trigo, milho, tudo o que havia…
E passou a piar, a Sofia, tal como fazia a Tia Maria!
E a Tia, sem descansar, com a mesma mania, dizia:
“Tu és capaz de piar, Sofia estás a melhorar!
E por este andar, mais dia menos dia,
P´ra minha alegria, começas a voar!”
Primeiro com cuidado, p´ra se não magoar,
Depois mais depressa, com a ajuda da Tia,
A Sofia saltava e corria… batia palmas no ar!
E um dia, a menina, começou a voar! Viva a Sofia!
Para esta história acabar,
Um segredo vos vou contar:
Foi a Sofia a voar
Quem andou a espalhar
Ovos da Páscoa pelo ar,
P´ra garotada os encontrar!
Para os meus netos na Páscoa de 2008
Avóinha Sãozinha
Um dia a menina foi a casa da Tia…
A Tia, chamada Maria, vivia num pombal,
E a Sofia dizia: “Tia, aqui não se está nada mal!”
Quem era, então, a Tia da Sofia? Era uma pombinha,
Que dizia à Sofia, a pipilar: “Minha tontinha,
És uma menina, não tens asas, não sabes voar…
Eu te juro que algum dia te hei- de ensinar…
E a Sofia, que não acreditava, fugia e ria, ria e fugia…
E a Tia, entusiasmada, teimava, teimava… todo o dia!
E a Sofia, sempre a correr, sem os pés do chão tirar,
Dizia: Eu não sei voar… não sei voar… não sei voar…
Certo dia, em casa da Tia, teve fome a Sofia.
Como se alimentar, a menina que não sabia voar?
Comeu sementes: trigo, milho, tudo o que havia…
E passou a piar, a Sofia, tal como fazia a Tia Maria!
E a Tia, sem descansar, com a mesma mania, dizia:
“Tu és capaz de piar, Sofia estás a melhorar!
E por este andar, mais dia menos dia,
P´ra minha alegria, começas a voar!”
Primeiro com cuidado, p´ra se não magoar,
Depois mais depressa, com a ajuda da Tia,
A Sofia saltava e corria… batia palmas no ar!
E um dia, a menina, começou a voar! Viva a Sofia!
Para esta história acabar,
Um segredo vos vou contar:
Foi a Sofia a voar
Quem andou a espalhar
Ovos da Páscoa pelo ar,
P´ra garotada os encontrar!
Para os meus netos na Páscoa de 2008
Avóinha Sãozinha
Mães da Natureza
MÃES DA NATUREZA
I
Mãe vaca dá bezerrinho
E mãe égua cavalinho,
Mãe cabra dá cabritinho,
Qual delas melhor mãe,
Para o mal e para o bem?
Que meninos tão ladinos...
Começam logo a andar,
Vão às mães se aconchegar
P´ra lhes darem de mamar,
E assim os poderem criar.
II
A gata com os seus gatinhos,
A cadela com os cãezinhos,
Como elas são carinhosas!
Às vezes tão amorosas
Que a gata cria o cãozinho
E a cadela o gatinho!
III
Aos passarinhos no ninho
Dão carinhos pai e mãe.
Mas, quando o perigo vem,
Fogem rolas, fogem melros,
E fogem pombas também.
Só as aves de rapina
Não fogem, não, de ninguem,
Correm com os predadores,
Ciosas dos seus amores!
Pelicanos rasgam o peito
Para os alimentar...
Pica-paus e papagaios
Mais tempo os vão cuidar.
IV
Mãe coruja tem corujinhos
Que lindos os os meus filhinhos,
Tão espertos e perfeitinhos,
Diz à águia bem contente,
Se os vires, toma cuidado,
E não lhe metas o dente...
Viu a águia uns coitados,
Bem feios e depenados,
De olhos esbugalhados,
Sem graça, mal amanhados!
Não são da coruja, pensou,
E num instante os papou...
A coruja, triste ficou,
Nunca mais se consolou.
E, chorosa, assim pensou:
Meus corujos, uma beleza,
Águia feia, águia malvada,
Coisa má da natureza...
Amor de Mãe e mais nada!
V
Tartarugas e lagartos,
Rãs e sapos e serpentes,
Põem mil ovos sem fim...
São tantos os descendentes,
Nem os conhecem assim!
Mãe jacaré é excepção:
Trata a o ninho com cuidado,
Ajuda os filhos a nascer,
Depois, adeus... lá se vão...
Lá se vão... até morrer!
VI
Mães humanas!?... Que falar?...
Tanto havia p´ra dizer...
Olhai, filhos, são p´ra amar,
Porque vos deram o ser!
VII
Para toda a criação:
Grandes, velhos, pequeninos,
Bichos mansos e felinos
Dia da Mãe! Que beleza!
São elas que, de certeza,
Os guardam no coração!
Dia da Mãe, 4 de Maio de 2008
Para os meus netos
da
Avóinha Sãozinha
I
Mãe vaca dá bezerrinho
E mãe égua cavalinho,
Mãe cabra dá cabritinho,
Qual delas melhor mãe,
Para o mal e para o bem?
Que meninos tão ladinos...
Começam logo a andar,
Vão às mães se aconchegar
P´ra lhes darem de mamar,
E assim os poderem criar.
II
A gata com os seus gatinhos,
A cadela com os cãezinhos,
Como elas são carinhosas!
Às vezes tão amorosas
Que a gata cria o cãozinho
E a cadela o gatinho!
III
Aos passarinhos no ninho
Dão carinhos pai e mãe.
Mas, quando o perigo vem,
Fogem rolas, fogem melros,
E fogem pombas também.
Só as aves de rapina
Não fogem, não, de ninguem,
Correm com os predadores,
Ciosas dos seus amores!
Pelicanos rasgam o peito
Para os alimentar...
Pica-paus e papagaios
Mais tempo os vão cuidar.
IV
Mãe coruja tem corujinhos
Que lindos os os meus filhinhos,
Tão espertos e perfeitinhos,
Diz à águia bem contente,
Se os vires, toma cuidado,
E não lhe metas o dente...
Viu a águia uns coitados,
Bem feios e depenados,
De olhos esbugalhados,
Sem graça, mal amanhados!
Não são da coruja, pensou,
E num instante os papou...
A coruja, triste ficou,
Nunca mais se consolou.
E, chorosa, assim pensou:
Meus corujos, uma beleza,
Águia feia, águia malvada,
Coisa má da natureza...
Amor de Mãe e mais nada!
V
Tartarugas e lagartos,
Rãs e sapos e serpentes,
Põem mil ovos sem fim...
São tantos os descendentes,
Nem os conhecem assim!
Mãe jacaré é excepção:
Trata a o ninho com cuidado,
Ajuda os filhos a nascer,
Depois, adeus... lá se vão...
Lá se vão... até morrer!
VI
Mães humanas!?... Que falar?...
Tanto havia p´ra dizer...
Olhai, filhos, são p´ra amar,
Porque vos deram o ser!
VII
Para toda a criação:
Grandes, velhos, pequeninos,
Bichos mansos e felinos
Dia da Mãe! Que beleza!
São elas que, de certeza,
Os guardam no coração!
Dia da Mãe, 4 de Maio de 2008
Para os meus netos
da
Avóinha Sãozinha
"Contaria"
Um dia a Maria
Resolveu contar...
Contar, contar,
Sem descansar...
Contar noite e dia.
Sempre à porfia,
Sem nunca parar!...
Um – “Pirum”
Dois – Bois
Três - Inglês
Quatro – A sopa está no prato
Cinco – Maria do Brinco
Seis – Maria dos Reis
Sete – Escarrapachete
Oito – Biscoito
Nove – Quem padece é o pobre
Dez – Chega a barriga aos pés
Onze – Cavalo de bronze
Doze – Redoze, vinte e quatro são catorze
Esta lenga-lenga
Já ela sabia,
A Mãe lha contou
Certo dia...
Mas sempre a sonhar,
A Maria
Resolveu inventar
Outra nova “contaria”:
Um – Só este e mais nenhum
Dois – Vem depois
Três – Um de cada vez
Quatro – Perdeu o sapato
ou
Correu atraz do gato
Cinco – Contigo não brinco
Seis – Bem sabeis o que fazeis
Sete – Maria Odete, faz xixi na retrete
Oito – Quem comeu o meu biscoito?
Nove – Mexe, mexe, move, move
Dez – A galinha tem três pés
Onze – Cobre, latão e bronze
Doze – Rosa em francês é “rose”
A Maria gostou
Da sua “contaria”!
E pensou:
Se aos pares eu contar,
Outra rima vou achar,
A brincar!...
Sempre a brincar!...
Dois – Uma junta de bois
Quatro – Dois pares de sapatos
Seis – Três parelhas de reis
Oito – Uma lata de biscoito
(mas só podes comer oito)
Dez – Cinco meninos, quantos pés?
Doze – Seta casais são catorze,
menos um ficam doze
Continuou a contar
A Maria:
Três, seis, nove, doze,...
Nesta “contaria”
Só triplos havia!
Quatro, oito, doze, desasseis,...
Agora eram quádruplos
Que seguiam as leis!
Cinco, dez, quinze, vinte,...
Seis, doze, dezoito,...
Sete, catorze, vinte e um,...
Havia sempre mais algum!
E a Maria, cansada,
Quase sem respirar,
Continuava a contar...
A contar...
Sem nunca acabar!
Resolveu contar...
Contar, contar,
Sem descansar...
Contar noite e dia.
Sempre à porfia,
Sem nunca parar!...
Um – “Pirum”
Dois – Bois
Três - Inglês
Quatro – A sopa está no prato
Cinco – Maria do Brinco
Seis – Maria dos Reis
Sete – Escarrapachete
Oito – Biscoito
Nove – Quem padece é o pobre
Dez – Chega a barriga aos pés
Onze – Cavalo de bronze
Doze – Redoze, vinte e quatro são catorze
Esta lenga-lenga
Já ela sabia,
A Mãe lha contou
Certo dia...
Mas sempre a sonhar,
A Maria
Resolveu inventar
Outra nova “contaria”:
Um – Só este e mais nenhum
Dois – Vem depois
Três – Um de cada vez
Quatro – Perdeu o sapato
ou
Correu atraz do gato
Cinco – Contigo não brinco
Seis – Bem sabeis o que fazeis
Sete – Maria Odete, faz xixi na retrete
Oito – Quem comeu o meu biscoito?
Nove – Mexe, mexe, move, move
Dez – A galinha tem três pés
Onze – Cobre, latão e bronze
Doze – Rosa em francês é “rose”
A Maria gostou
Da sua “contaria”!
E pensou:
Se aos pares eu contar,
Outra rima vou achar,
A brincar!...
Sempre a brincar!...
Dois – Uma junta de bois
Quatro – Dois pares de sapatos
Seis – Três parelhas de reis
Oito – Uma lata de biscoito
(mas só podes comer oito)
Dez – Cinco meninos, quantos pés?
Doze – Seta casais são catorze,
menos um ficam doze
Continuou a contar
A Maria:
Três, seis, nove, doze,...
Nesta “contaria”
Só triplos havia!
Quatro, oito, doze, desasseis,...
Agora eram quádruplos
Que seguiam as leis!
Cinco, dez, quinze, vinte,...
Seis, doze, dezoito,...
Sete, catorze, vinte e um,...
Havia sempre mais algum!
E a Maria, cansada,
Quase sem respirar,
Continuava a contar...
A contar...
Sem nunca acabar!
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
POBRE PAPOILA
A papoila!...
Que moçoila tão bonita!
Saia rodada
Bem encarnada,
Cabeça preta, azulada!
Tantas no campo,
Tantas, sem fim...
Quem me dera ser papoila?
Não, não, pobre de mim...
Sempre agarrada ao chão,
A tremelicar,
Sem chegar às amigas,
Sem poder falar, cantar cantigas,
Sem beijar, sem amar,
Sem rir nem chorar.
Ao sentir a tempestade
Não se poder libertar,
Não saber o que é querer
Defender a liberdade...
A papoila nasce, cresce,
Transforma-se, dá semente,
Cai na terra e floresce,
Surge nova papoilinha
Sem a Mãe a conhecer...
Nem a ver crescer...
Pobre papoila!
Para as minhas netas mais velhas: Inês e Margarida
Serra da Amoreira, Maio de 2007
Da Avóinha Sãozinha
Que moçoila tão bonita!
Saia rodada
Bem encarnada,
Cabeça preta, azulada!
Tantas no campo,
Tantas, sem fim...
Quem me dera ser papoila?
Não, não, pobre de mim...
Sempre agarrada ao chão,
A tremelicar,
Sem chegar às amigas,
Sem poder falar, cantar cantigas,
Sem beijar, sem amar,
Sem rir nem chorar.
Ao sentir a tempestade
Não se poder libertar,
Não saber o que é querer
Defender a liberdade...
A papoila nasce, cresce,
Transforma-se, dá semente,
Cai na terra e floresce,
Surge nova papoilinha
Sem a Mãe a conhecer...
Nem a ver crescer...
Pobre papoila!
Para as minhas netas mais velhas: Inês e Margarida
Serra da Amoreira, Maio de 2007
Da Avóinha Sãozinha
O MEU CAVALO “BOLACHA MARIA”
Eu gosto tanto do meu cavalo...
Do meu cavalo “Bolacha Maria”.
Corro com ele noite e dia,
Sem descanso e sem parar,
Sempre a andar... e a sonhar...
Corremos nas pradarias,
Mas também no meu quintal,
Basta-me fechar os olhos, e ver
O meu cavalo a correr...
Corre tanto como o vento,
O vento da imaginação,
Leva-o longe o pensamento,
Voa com o meu coração!
O cavalo é o meu segredo,
Ninguém mo pode tirar
Já não sei o que é ter medo:
Nem de monstros ao luar,
Nem foguetes a estoirar!
Meu querido“Bolacha Maria”
Queria nunca te perder,
És a minha companhia
Aconteça o que acontecer...
Serra da Amoreira, Janeiro de 2008Para os meus netos mais velhos da Avóinha Sãozinha
Do meu cavalo “Bolacha Maria”.
Corro com ele noite e dia,
Sem descanso e sem parar,
Sempre a andar... e a sonhar...
Corremos nas pradarias,
Mas também no meu quintal,
Basta-me fechar os olhos, e ver
O meu cavalo a correr...
Corre tanto como o vento,
O vento da imaginação,
Leva-o longe o pensamento,
Voa com o meu coração!
O cavalo é o meu segredo,
Ninguém mo pode tirar
Já não sei o que é ter medo:
Nem de monstros ao luar,
Nem foguetes a estoirar!
Meu querido“Bolacha Maria”
Queria nunca te perder,
És a minha companhia
Aconteça o que acontecer...
Serra da Amoreira, Janeiro de 2008Para os meus netos mais velhos da Avóinha Sãozinha
O ROSEIRAL DO MEU QUINTAL
No meu quintal
Há um roseiral!
Rosas lindas, rosas belas,
Brancas e amarelas.
Rosas rosas, rosas vermelhas,
Umas novas, outras velhas,
Rosas negras e lilazes,
Rosas tímidas e audazes.
Todas são as minhas rosas!
Umas humildes, outras vaidosas...
Gosto de cuidar delas,
De regar a roseira Mãe,
Sem ela, as minhas rosas
Nunca seriam ninguém!
Matar os pulgões, os bichinhos,
Cortar as velhas e as doentes.
Tratá-las com muitos carinhos,
Como se, como eu, fossem gente.
E elas são minhas amigas,
Parece que conversamos
Que cantamos cantigas,
Às vezes até rezamos,
Padre Nosso, Avé Maria,
Graças, meu Deus, por este dia...
.
Passa por mim a felicidade
Trago as rosas no coração
Há paz e serenidade,
É esta a minha oração.
Pedrógão de S. Pedro, Maio 2007
Maria da Assunção Ferraz de Oliveira
Há um roseiral!
Rosas lindas, rosas belas,
Brancas e amarelas.
Rosas rosas, rosas vermelhas,
Umas novas, outras velhas,
Rosas negras e lilazes,
Rosas tímidas e audazes.
Todas são as minhas rosas!
Umas humildes, outras vaidosas...
Gosto de cuidar delas,
De regar a roseira Mãe,
Sem ela, as minhas rosas
Nunca seriam ninguém!
Matar os pulgões, os bichinhos,
Cortar as velhas e as doentes.
Tratá-las com muitos carinhos,
Como se, como eu, fossem gente.
E elas são minhas amigas,
Parece que conversamos
Que cantamos cantigas,
Às vezes até rezamos,
Padre Nosso, Avé Maria,
Graças, meu Deus, por este dia...
.
Passa por mim a felicidade
Trago as rosas no coração
Há paz e serenidade,
É esta a minha oração.
Pedrógão de S. Pedro, Maio 2007
Maria da Assunção Ferraz de Oliveira
domingo, 7 de setembro de 2008
HISTÒRIA DOS MENINOS COM NOMES DE NÙMEROS
Eu conheço 3 meninos muito amiguinhos,
Andam na mesma Escola e são uns diabinhos!
O mais velho – o 1,2,3 – toca piano e fala francês!
O do meio – o 4,5,6 – faz o pino e gosta de reis!
O pequenino – o 7,8,9 – usa botas sempre que chove!
Todos os dias vão para a Escola e o Sr. Professor
- o Professor 10 – vira-os do avesso da cabeça aos pés.
1,2,3 – presente
4,5,6 – estou aqui
7,8,9 – cuí, cuí, cuí
Vamos a escrever,
A contar,
A recitar,
A fazer o pino,
A dançar,
A fazer contas,
E a descançar...
E assim se passa o dia!
É uma alegria!
E ao fim da tarde:
1,2,3 4,5,6 e 7,8,9 dizem adeus ao Professor 10 ,
E a caminho de casa é um reboliço de mãos e pés!
Maria da Assunção Ferraz de Oliveira
Pedrógão, 20/9/96
Andam na mesma Escola e são uns diabinhos!
O mais velho – o 1,2,3 – toca piano e fala francês!
O do meio – o 4,5,6 – faz o pino e gosta de reis!
O pequenino – o 7,8,9 – usa botas sempre que chove!
Todos os dias vão para a Escola e o Sr. Professor
- o Professor 10 – vira-os do avesso da cabeça aos pés.
1,2,3 – presente
4,5,6 – estou aqui
7,8,9 – cuí, cuí, cuí
Vamos a escrever,
A contar,
A recitar,
A fazer o pino,
A dançar,
A fazer contas,
E a descançar...
E assim se passa o dia!
É uma alegria!
E ao fim da tarde:
1,2,3 4,5,6 e 7,8,9 dizem adeus ao Professor 10 ,
E a caminho de casa é um reboliço de mãos e pés!
Maria da Assunção Ferraz de Oliveira
Pedrógão, 20/9/96
PARA O TOBIAS
Oh Tobias, tu assobias?
Eu gosto muito de assobiar...
Vxssi, Vxssi, Vxssi ... iuiu...iuiu...iuiuuuu ...
Assobiar é como cantar:
Se estamos tristes, limpa o coração.
Se estamos alegres, ficamos mais leves.
Se queremos dormir, assobiamos baixinho.
Se queremos acordar, que grande assobio!
Que se ouve em todo o bairro, até ao Rossio!
Assobiar, assobiar, assobiar ...
Oh Tobias assobia, assobia,
Assobia noite e dia.
A vida é bela Tobias,
Esquece os males e as agonias ...
Assobia mais , Tobias!
Maria da Assunção Ferraz de Oliveira
Fevereiro de 2007
Eu gosto muito de assobiar...
Vxssi, Vxssi, Vxssi ... iuiu...iuiu...iuiuuuu ...
Assobiar é como cantar:
Se estamos tristes, limpa o coração.
Se estamos alegres, ficamos mais leves.
Se queremos dormir, assobiamos baixinho.
Se queremos acordar, que grande assobio!
Que se ouve em todo o bairro, até ao Rossio!
Assobiar, assobiar, assobiar ...
Oh Tobias assobia, assobia,
Assobia noite e dia.
A vida é bela Tobias,
Esquece os males e as agonias ...
Assobia mais , Tobias!
Maria da Assunção Ferraz de Oliveira
Fevereiro de 2007
LENGA-LENGA
Já aqui estou,
Já aqui vim,
Qu'é feito de mim?
Sou menina?
Sou rapaz?
Sou quem o jogo traz.
A saltar,
A correr,
Ando sempre a remexer.
Estão as bolas no chão.
Quem as irá apanhar?
O grande espertalhão
Que por aqui passar!
Um, dois, três,
Sai, é tua vez.
Tenho muita pena,
Um, dois, três.
( Para os meus netos tirarem as sortes)
Serra da Amoreira, Junho de 2007
Da Avoínha Sãozinha
Já aqui vim,
Qu'é feito de mim?
Sou menina?
Sou rapaz?
Sou quem o jogo traz.
A saltar,
A correr,
Ando sempre a remexer.
Estão as bolas no chão.
Quem as irá apanhar?
O grande espertalhão
Que por aqui passar!
Um, dois, três,
Sai, é tua vez.
Tenho muita pena,
Um, dois, três.
( Para os meus netos tirarem as sortes)
Serra da Amoreira, Junho de 2007
Da Avoínha Sãozinha
ALCACHOFRA E ATAFONA
Burrinhas e burrecas,
Gatos e perús,
Ovelhas e marrecas,
Tudo me bate à porta...
Ai! Meu bom Jesus!
Tudo me bate à porta...
A quem vou eu abrir?
A umas meninas bonitas
Que não param de sorrir,
Alcachofra e Atafona
Duas burritas... tão catitas!
Alcachofra e Atafona...
“Entrem, por favor,
Quero saber quem são.”
Respondem, com amor:
“Somos as burras felizes
Dos netos Vasco e João.”
“Vivemos na Silveira,
Corremos no prado
Sem eira nem beira”
Eu, Alcachofra,
Sou grande e esbelta,
De pelo castanho, bem cortadinho,
Quando troto no prado
Pareço um cavalinho!”
“Eu, Atafona,
Sou a mais menina,
Tenho caracois,
Um tufo na cabecinha,
E quando me mexo
Não perco a linha”
Bateram-me à porta,
Deixei-as entrar,
Na minha cabeça
Vieram morar...
E eu feliz a pensar:
Na filha, nos netos, nas burras...
E o tempo, em mim, a passar...
Para os meus netos
Vasco Maria e João Maria
Serra da Amoreira, 1/4/2007
Da Avóinha Sãozinha
Gatos e perús,
Ovelhas e marrecas,
Tudo me bate à porta...
Ai! Meu bom Jesus!
Tudo me bate à porta...
A quem vou eu abrir?
A umas meninas bonitas
Que não param de sorrir,
Alcachofra e Atafona
Duas burritas... tão catitas!
Alcachofra e Atafona...
“Entrem, por favor,
Quero saber quem são.”
Respondem, com amor:
“Somos as burras felizes
Dos netos Vasco e João.”
“Vivemos na Silveira,
Corremos no prado
Sem eira nem beira”
Eu, Alcachofra,
Sou grande e esbelta,
De pelo castanho, bem cortadinho,
Quando troto no prado
Pareço um cavalinho!”
“Eu, Atafona,
Sou a mais menina,
Tenho caracois,
Um tufo na cabecinha,
E quando me mexo
Não perco a linha”
Bateram-me à porta,
Deixei-as entrar,
Na minha cabeça
Vieram morar...
E eu feliz a pensar:
Na filha, nos netos, nas burras...
E o tempo, em mim, a passar...
Para os meus netos
Vasco Maria e João Maria
Serra da Amoreira, 1/4/2007
Da Avóinha Sãozinha
A PATA QUE PUNHA OVOS DE POMBA
A pata punha ovos de pomba,
A pomba punha ovos de pata …
Os filhotes:
Patos, patinhos, patarecos,
Pombos, pombinhos, pombecos,
Brincavam no quintal
E era um arraial !
Os patinhos diziam: “minha Mãe pomba”
Os pombinhos clamavam: “minha Mãe pata”
E naquelas brincadeiras
Só se ouvia:
“Pata pomba, pata pomba,
Pomba pata, pomba pata,
Pata pomba pata, pomba pata pata …”
E os meninos embalados naquela gritaria …
Caíam a dormir … até ao outro dia!
Para as primeiras leituras dos meus netos
Vasco Maria e Pedro Maria
Pedrógão de S. Pedro 19/02/2007
Da Avóinha Sãozinha
A pomba punha ovos de pata …
Os filhotes:
Patos, patinhos, patarecos,
Pombos, pombinhos, pombecos,
Brincavam no quintal
E era um arraial !
Os patinhos diziam: “minha Mãe pomba”
Os pombinhos clamavam: “minha Mãe pata”
E naquelas brincadeiras
Só se ouvia:
“Pata pomba, pata pomba,
Pomba pata, pomba pata,
Pata pomba pata, pomba pata pata …”
E os meninos embalados naquela gritaria …
Caíam a dormir … até ao outro dia!
Para as primeiras leituras dos meus netos
Vasco Maria e Pedro Maria
Pedrógão de S. Pedro 19/02/2007
Da Avóinha Sãozinha
O MEU CAVALO ” BOLACHA MARIA”
Não é por laracha
Que o meu cavalo
Se chama Bolacha,
De apelido Maria:
O “Bolacha Maria”!
Que alegria!...
Chama-se “Bolacha Maria”
Porque eu gosto de bolachas.
E assim, durante o dia,
Penso nas bolachas...
E monto... o “Bolacha Maria”!
O meu “Bolacha Maria”
Corre e salta com alegria,
Leva-me por montes e vales,
Livra-me de todos os males!
Com ele, às vezes, sou Rei!
Outras vezes mosqueteiro,
Bato-me pelas damas,
Gosto de ser guerreiro!
Sabe fazer cortesias,
Até sabe tourear
Na minha praça de touros
Comigo a cavalgar!...
O meu “Bolacha Maria”
É a minha companhia,
É o meu segredo,
A minha imaginação,
Com ele não tenho medo...
Sou um belo capitão!
Para os meus netos mais pequenos
Serra da Amoreira, Janeiro de 2008
Avóinha Sãozinha
Que o meu cavalo
Se chama Bolacha,
De apelido Maria:
O “Bolacha Maria”!
Que alegria!...
Chama-se “Bolacha Maria”
Porque eu gosto de bolachas.
E assim, durante o dia,
Penso nas bolachas...
E monto... o “Bolacha Maria”!
O meu “Bolacha Maria”
Corre e salta com alegria,
Leva-me por montes e vales,
Livra-me de todos os males!
Com ele, às vezes, sou Rei!
Outras vezes mosqueteiro,
Bato-me pelas damas,
Gosto de ser guerreiro!
Sabe fazer cortesias,
Até sabe tourear
Na minha praça de touros
Comigo a cavalgar!...
O meu “Bolacha Maria”
É a minha companhia,
É o meu segredo,
A minha imaginação,
Com ele não tenho medo...
Sou um belo capitão!
Para os meus netos mais pequenos
Serra da Amoreira, Janeiro de 2008
Avóinha Sãozinha
SOU PORTUGUESA
“Je suis portugaise”,
Vou à escola “française”...
Um, dois, três é “un, deux, trois”
Uma carteira de madeira é “une pupitre en bois”.
Adeus minha Mãe ... “au revoir maman”,
Bom dia meninos ... “Bon jour gamins”,
Que linda professora ... “comme elle est belle”,
Ela me ensina ... “beaucoup de nouvelles”!
Ao fim do dia
Eu volto a casa,
Que alegria!
Pai, Mãe, manos, avó, tia ...
Todos falam português!
Parece magia.
E a menina que eu sou,
Que a todos quer bem,
E aprende na escola em francês,
Diz baixinho ao ouvido da Mãe:
O meu coração é só português!
Serra da Amoreira, Setembro de 2007
Para a Beatriz, na sua 1ª classe no “College St. Michel”
Da Avóinha
Sãozinha
Vou à escola “française”...
Um, dois, três é “un, deux, trois”
Uma carteira de madeira é “une pupitre en bois”.
Adeus minha Mãe ... “au revoir maman”,
Bom dia meninos ... “Bon jour gamins”,
Que linda professora ... “comme elle est belle”,
Ela me ensina ... “beaucoup de nouvelles”!
Ao fim do dia
Eu volto a casa,
Que alegria!
Pai, Mãe, manos, avó, tia ...
Todos falam português!
Parece magia.
E a menina que eu sou,
Que a todos quer bem,
E aprende na escola em francês,
Diz baixinho ao ouvido da Mãe:
O meu coração é só português!
Serra da Amoreira, Setembro de 2007
Para a Beatriz, na sua 1ª classe no “College St. Michel”
Da Avóinha
Sãozinha
PERU VELHO, BICHA GATA E COBRA LAGARTA
Peru velho não tem dentes
Mas continua a comer...
Bicha gata sem bigodes
Tem sempre que dizer...
Cobra lagarta muito “chata”
Não sabe onde se esconder...
Os três combinaram ir passear:
Fizeram desacato, E vem a guarda...
Perderam o sapato, Vai tudo p’rá esquadra,
Pintaram a manta, Toca a prender
Tudo se espanta! Até ao sol nascer.
E ao amanhecer, regressam a casa:
Peru velho tossia,
Bicha gata gemia,
Cobra lagarta sofria...
Era uma alegria!
Alegria? Só para rimar,
Os três amigos não paravam de chorar,
Por fim, arrependeram-se e foram jantar!...
Maria da Assunção Ferraz de Oliveira
Março de 2007
Mas continua a comer...
Bicha gata sem bigodes
Tem sempre que dizer...
Cobra lagarta muito “chata”
Não sabe onde se esconder...
Os três combinaram ir passear:
Fizeram desacato, E vem a guarda...
Perderam o sapato, Vai tudo p’rá esquadra,
Pintaram a manta, Toca a prender
Tudo se espanta! Até ao sol nascer.
E ao amanhecer, regressam a casa:
Peru velho tossia,
Bicha gata gemia,
Cobra lagarta sofria...
Era uma alegria!
Alegria? Só para rimar,
Os três amigos não paravam de chorar,
Por fim, arrependeram-se e foram jantar!...
Maria da Assunção Ferraz de Oliveira
Março de 2007
PALAVRAS PEQUENINAS
Gosto muito das palavras pequeninas...
Daquelas que se dizem mesmo a brincar:
Gato, Pato, Rato, Fato e Sapato
Que espalhafato! Toca a andar...
E se trocar tudo? Como fica a festa?
Sapato, Gato, Rato, Fato e Pato
Que barafunda! Já viram esta?
Na minha cabeça tudo se põe a dançar...
E sai uma história para contar:
“Era uma vez um Pato, amigo do Rato
Que não tinha Fato, brincava com o Gato
Que lhe atirava o Sapato... até se cansar...”
E agora é a tua vez de imaginar...
Maria da Assunção Ferraz de Oliveira
Fevereiro de 2007
Daquelas que se dizem mesmo a brincar:
Gato, Pato, Rato, Fato e Sapato
Que espalhafato! Toca a andar...
E se trocar tudo? Como fica a festa?
Sapato, Gato, Rato, Fato e Pato
Que barafunda! Já viram esta?
Na minha cabeça tudo se põe a dançar...
E sai uma história para contar:
“Era uma vez um Pato, amigo do Rato
Que não tinha Fato, brincava com o Gato
Que lhe atirava o Sapato... até se cansar...”
E agora é a tua vez de imaginar...
Maria da Assunção Ferraz de Oliveira
Fevereiro de 2007
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